O aforismo acima foi proferido por Confúcio, no século VI, antes de Cristo. O filósofo e pensador chinês já alertava, sabiamente, àquela época, que a idade é uma questão de atitude diante da vida. Qual é a idade que você tem? Você sabe responder a essa pergunta? Há alguns dias, assisti a um reels do especialista em gerontologia e ativista do envelhecimento ativo, Ney Messias, @seuneyzinho, que falava justamente sobre isso. Ele é um homem sexagenário, com porte atlético, tatuado e de bem com a vida. Justamente por essa sua postura, não acreditam na idade que ele tem. Em seu breve testemunho, ele faz a seguinte indagação: “Para um ser humano parecer bem, ele precisa parecer jovem? Sua fala está relacionada ao etarismo, um preconceito que não cabe mais no mundo de hoje, mas que, infelizmente, ainda está na cabeça de muita gente.
Estamos vivendo a plenitude da diversidade, em um tempo que desafia todos nós a examinarmos o que está em nossas estruturas internas e a renunciarmos a ideias pré-concebidas. No caso específico do “idoso” – aquele com mais de 60 anos – é preciso entender que a dinâmica da vida está muito diferente da vivida há 40, 50 anos. Um dos fatos incontestes é que a humanidade está envelhecendo. A expectativa de vida aumentou e manter-se ativo e produtivo, além de respeitar as diferentes idades dos profissionais é o novo mindset.
No entanto, a fala de Messias provocou em mim uma reflexão que transcendeu ao etarismo puro e simples. Antes dele, existe uma outra barreira, a do autopreconceito, um boicote que as pessoas maduras acabam impingindo a si mesmas, muitas vezes, sem perceber. Trata-se do autoetarismo.
Não tenho mais idade para isso
Independentemente da idade que você tenha, em algum momento, você deve ter proferido uma frase similar a essa. Mas, se você tem mais de 50 anos, certamente, esta é uma máxima que deve assombrar você em alguns momentos de sua vida, especialmente naqueles mais desafiadores.
Sei disso, porque eu mesma, aos 57 anos, vez ou outra, passo por essa censura interior. Mas também posso dizer que é possível, e necessário, vencer essa barreira e entender, de uma vez por todas, que a idade não é desculpa para fincar raízes na zona de conforto e incorporar o estereótipo limitante do comportamento que “dizem” que você deve ter com a sua idade.
Quando nós mesmos nos colocamos nesse papel de-velhos-demais-para-fazer-algo, é claro que os outros irão nos ver assim também. É uma questão de posicionamento. Se está dentro de mim, minhas atitudes irão demonstrar isso.
Hoje, depois de tantos anos cuidando dos meus negócios e dos meus clientes compreendi que a maturidade me permite arriscar um pouco mais. Aos 50 anos, passei uma temporada em outro país, para aprender uma nova língua e fazer um curso de culinária, e saltei de paraquedas! Todo esse movimento foi importante para reforçar a mim mesma que sempre é tempo de se desafiar, de mudar, alterar a rota, crescer e viver nossa plenitude!
Não vejo a hora de me aposentar
Na minha juventude, era muito comum ver pessoas com pouco mais de 50 anos aposentadas, vivendo il dolce far niente, algumas vezes real e em outras ilusório. Aliás, diga-se de passagem, esse era o sonho de muita gente – e ainda é, para muitas pessoas da minha geração. Não que isso seja um pecado, de forma alguma!
Mas se já naquela época a equação acabava gerando um saldo devedor, hoje, então, a conta realmente não fecha. O papel da pessoa com mais de 50 anos mudou. Hoje, há muitas pessoas nessa faixa etária que têm filhos em idade escolar ou ajudam os filhos adultos com suas despesas familiares. Com o aumento da expectativa de vida, as despesas com seguro saúde e medicações, por exemplo, também se tornaram mais longevas e extremamente onerosas. Outro ponto importante desta fase da vida é a empregabilidade: o mercado ainda não se equipou, para aceitar o profissional maduro como um recurso humano valioso. Com isso, o envelhecimento nos coloca em xeque e em choque com a realidade do ambiente corporativo – leia sobre isso, em meu artigo anterior. Seja pela idade ou pela situação profissional vivida, este é um momento que sinaliza uma transição de carreira. E se essa mudança não for planejada, ela pode ser colapsada pelo desemprego ou por uma “aposentadoria” compulsória.
Quanto tempo sem ser produtivo você aguenta ficar?
Mas a principal ênfase que quero dar, aqui, está relacionada à produtividade. Será que você, realmente, consegue se ver improdutivo pelos próximos 20, 30 anos? Justamente nesta melhor fase da vida, em que se vive a adolescência madura? Em um momento em que há uma joie de vivre natural e potencial, que deve ser desfrutada de maneira ampla? Não conheço você, mas, pela minha experiência, digo que este é, exatamente, o momento propício para vivenciar o seu ponto de inflexão! Aquele momento mágico e intenso em que se muda o curso do rio, para desaguar em novos mares e vislumbrar diferentes horizontes.
Se o mercado e a sociedade ainda estão em processo de assimilação dessa potência que é a geração 50+, não somos nós que vamos ser “o lobo do homem” (Tito Mácio Plauto, 230 – 180 a.C.).
Pelo contrário, nosso papel é enfatizar as vantagens de se ter um profissional maduro no time de uma organização, seja como prestador de serviço, conselheiro, consultor, executivo interino ou, até mesmo, celetista. Quem está na meia-idade tem muita estrada rodada, conhece e já passou por muita coisa. Em termos de tecnologia, por exemplo, teve de assimilar a chegada do computador doméstico, da World Wide Web, do celular e das redes sociais, além de ver o mundo passar do modo analógico para o digital. Uma prova indiscutível de que se trata de uma geração extremamente resiliente.
Mais do que isso: o profissional maduro tem uma grande capacidade de resolver problemas complexos, experiência vivida e aprendida e inteligência emocional, entre outras habilidades especialíssimas. E é exatamente disso tudo que temos de nos empoderar, para, juntos, dizermos NÃO ao etarismo.
Quando envelhecer é o nosso melhor destino
“Envelhecer é o nosso melhor destino. Se você viveu bem, você acaba tendo todas as idades da sua vida”, disse Ney Messias, em seu depoimento no Instagram, com grande sabedoria e a certeza de quem conhece bem suas virtudes.
Eu não saberia dizer melhor. Estamos vivos e isso é maravilhoso. Ser dono da sua história, acreditar que a idade é a somatória de muitas experiências e aprendizados vividos, torna qualquer um apto para enfrentar as barreiras que se apresentam diariamente. Afinal, já foram tantas outras derrubadas, não é mesmo? O importante é ter em mente que aprender é para sempre e como dizia Leonardo da Vinci “uma vida bem preenchida torna-se longa”, e produtiva!
E, agora, você saberia me dizer qual é a sua idade e quantos sonhos você ainda tem pela frente? Se ainda tiver dúvidas, eu posso lhe ajudar a responder essa pergunta. Faça contato comigo, terei um grande prazer em falar sobre esse tema com você.
Um programa para quem tem mais de 50 anos
Na Papilio Empresarial, empresa da qual sou fundadora, criei um programa chamado Néctar, justamente para atender profissionais que chegam à maturidade buscando novos caminhos para percorrer e, ainda, planejar a sua virada de carreira. O programa é desenvolvido em parceria com Márcia Carneiro, especialista em marketing e comunicação de marcas corporativas e pessoais. Juntas, conduzimos os participantes à uma jornada de transformação, que prevê um planejamento sustentável, visando uma carreira longeva e produtiva. Espero seu contato, para contar um pouco mais como funciona esse programa.