Talvez você não saiba, mas minha formação-base é em tecnologia. Fiz parte das primeiras turmas de Ciências da Computação, da Universidade Federal de Santa Catarina, além de ter empreendido e liderado a implantação do primeiro provedor de Internet para o sul-catarinense. Por mais de duas décadas, atuei nessa área, em todos os segmentos, e ascendi profissionalmente a diferentes posições, até chegar à de CEO. Você deve estar se perguntando por que, afinal, estou contando isso? Não, não é para me gabar. Estou apenas querendo enfatizar que inovação e tecnologia estão na minha veia, no meu DNA. Portanto, fazer analogias com termos dessa área é muito natural, para mim. Esses dias estava assistindo a um curso em que se discutia a importância de as organizações terem uma cultura data-driven. Essa reflexão me provocou outra: o quanto é fundamental tratarmos nossas carreiras também a partir dessa perspectiva.
Em primeiro lugar, é importante entender melhor o que é data-driven. A tradução simples do termo é “orientada por dados”. Na era da nova economia, tecnologia e conhecimento são bens valiosíssimos, para toda e qualquer empresa. Uma organização com cultura data-driven – que toma decisões a partir da análise e interpretação de dados – sai na frente da concorrência e está apta a gerar experiências e benefícios únicos a seus clientes. Essa metodologia possibilita, ainda, prever, identificar e compreender problemas, encontrar soluções com mais agilidade e conhecer melhor o cliente e o mercado em que atua.
Da mesma forma, acredito que um profissional deva gerir a sua carreira. Orientar-se por dados significa adotar uma postura estratégica, que facilitará o alcance dos objetivos traçados. Aliás, há quanto tempo você não revisita seus objetivos profissionais? Meu convite é para que você faça comigo essa reflexão, lendo o texto que vem a seguir.
Ajuste a bússola e siga em frente
Adotar uma postura data-driven em sua carreira significa ter uma ideia mais precisa sobre o que você faz de melhor, seus diferenciais e seu posicionamento diante do mercado. Ao aderir a essa metodologia, você, automaticamente, desenvolverá um olhar mais aguçado para enxergar e criar oportunidades, testar ideias, antecipar-se a problemas, observar tendências, além de ter mais agilidade na tomada de decisões.
Mas, para alcançar esse patamar, é absolutamente necessário ter os seus objetivos profissionais e de vida bem-delineados. Caso contrário, você gastará seus músculos – experiência, habilidade e talentos – em vão.
Os objetivos funcionam como lentes de aumento que ajudam a selecionar e entender melhor as oportunidades que estão à nossa frente, além de fazerem com que nos mantenhamos na direção certa. E, então, agora que você já calibrou a sua bússola, está preparado para o próximo passo?
Mergulhe nessa jornada e comprometa-se
Se você dirigir com os olhos fechados, já sabe onde vai parar. Então, abra bem os olhos e entenda que os dados também fazem parte da sua vida e dizem muito sobre você. Quer ver como eu tenho razão? Responda as perguntas, a seguir:
- Quantos anos você tem?
- Há quantos anos você trabalha?
- Quanto você ganha?
- Quantas vezes por ano você viaja?
- Quantos irmãos e amigos você tem?
Eu poderia continuar ocupando linhas e mais linhas em busca de informações a seu respeito. Observe que eu comecei apenas por dados quantitativos e nem sequer cheguei a abordar os qualitativos.
Somos formados por uma série de informações que, se combinadas e estruturadas, nos conferem singularidade. Mas cada um pode escolher como prefere passar pela vida: olhando para essa cadeia de bits e afins e transformando-a em conhecimento e ação assertiva, ou tratá-la com indiferença, pautando-se em achismos e constatações superficiais.
Como dizia o pai da Administração Moderna, Peter Drucker: “O que pode ser medido, pode ser melhorado”. Olhar para o seu próprio conteúdo e analisá-lo, permite fazer uma gestão mais acurada de sua vida, tanto profissional como pessoal. Ao fazer isso, você terá a possibilidade de melhorar sua performance e desenvolver novas habilidades.
Transforme seus dados em conhecimento
Os dados sobre cada indivíduo, se isolados, não passam de um amontoado de informações sem sentido. Porém, quando coordenados e organizados, dão suporte para que as demandas existentes sejam detectadas e supridas por meio de estratégias bem-delineadas.
Se você está passando por um processo de transição de carreira, por exemplo, levantar os dados sobre formação, qualificação, nível de satisfação, posições ocupadas e experiências e aprendizados adquiridos, ao longo de sua jornada profissional, pode ser fundamental para uma tomada de decisão consciente: continuar ou não seguindo o caminho até então percorrido, mudar de emprego, empreender etc.
Importante destacar que os dados não estão somente em você. Contextualize-se, colocando-se como um indivíduo que está geograficamente posicionado, relaciona-se com outras pessoas e tem uma legião de profissionais que disputam a mesma vaga ou mercado que você.
Logo, é importante selecionar todos esses dados – internos e externos – e transformá-los em informações e conhecimento. Com isso, você terá condições de se posicionar no mercado em que atua, além de enxergar seus diferenciais e vantagens competitivas.
Defina seus KPI’s
Os famosos KPI’s l – Key Performance Indicators (Indicadores de Performance) – que toda empresa busca desenvolver, para analisar se suas ações estão sendo bem-sucedidas, também podem – e devem – ser aplicados em sua jornada profissional.
Ao definir esses índices, você terá condições de avaliar se a estratégia de crescimento adotada por você está gerando os resultados esperados, ou se é necessário revê-la.
Para você ter uma ideia, eu uso alguns KPI’s que orientam a minha caminhada profissional já há alguns anos. Entre eles, destaco: nível de satisfação do cliente com o trabalho que desenvolvo e performance do cliente – tanto empresas, quanto profissionais – em relação ao mercado.
Mas, ainda, há outros que estão mais relacionados ao meu próprio desenvolvimento. Por exemplo, para ampliar meu repertório, busco fazer diferentes tipos de cursos: aqueles com os quais vou aprender novas ferramentas e metodologias sobre liderança, estratégia e inovação e os “satélites”, que trazem insights significativos para a minha vida pessoal e profissional.
Outro KPI que utilizo refere-se à conexão. Sempre que vou a um evento profissional procuro fazer contato com ao menos 10% do público que ali está. Lógico que se houver uma audiência muito grande, reduzo minha meta. Essa foi a forma que encontrei para ampliar a minha rede de relacionamento, criando novas oportunidades para apresentar o trabalho que realizo.
Eu sei que pode parecer complexo, mas quando os índices são definidos e aplicados com regularidade, seu uso passa a ser automático, com inúmeros benefícios para a sua carreira.
Chegou a hora de agir
Depois do levantamento, análise e interpretação dos dados sobre você e sua “concorrência”, chegou a hora de partir para ação. Se você chegou até aqui, quero lhe informar que o planejamento de sua trajetória profissional já deu um grande salto qualitativo. Parabéns! Agora, basta olhar para todo esse conhecimento adquirido e traçar ações que façam com que seus objetivos sejam alcançados.
Mudar de carreira, ter um negócio próprio, ser fluente em um outro idioma, galgar novas posições…Sejam quais forem os seus objetivos, incorporando a cultura data-driven para a sua vida, tudo ficará mais simples de ser executado. Finalizo esse artigo com mais uma frase de Drucker, daquelas que nos deixa pensando por dias: “Mais arriscado do que mudar é continuar fazendo a mesma coisa”.
Achou muito complicado? Não se preocupe, me procure, que eu posso lhe ajudar a desenhar essa nova trajetória para a sua carreira.
Papilio: há dez anos orientando, inspirando e conectando profissionais e empresas
Neste ano de 2022, a minha empresa, a Papilio Empresarial, completou dez anos de existência. Durante esse período, tive a oportunidade de compartilhar a minha expertise com mais de 250 profissionais e empresas de diferentes segmentos. Sou muito grata por toda confiança depositada em mim e no trabalho que realizo.
Se você não conhece a Papilio, quero lhe apresentar. Depois de passar por algumas transições de carreira, até chegar à posição de CEO, eu resolvi apostar em meu sonho pessoal: ter uma empresa que ajudasse pessoas e empresas a superarem obstáculos para conquistar seus objetivos. Mais do que isso: para que tivessem a possibilidade de se transformar.
Ao longo dessa década, acabei desenvolvendo uma metodologia própria, centrada em três pilares: na ressignificação de histórias, no empoderamento de talentos e habilidades e na cocriação da nova trajetoria. Todo projeto do qual faço parte, seja na orientação de carreira ou de negócios, tem como base o protagonismo do cliente. Ele é o dono da história, somente ele sabe, de fato, as dores que enfrenta. Meu papel nesse processo é enxergar o contexto do problema, fazer a síntese e desenhar possíveis cenários, para que ele possa aproveitar oportunidades que lhe confiram sustentabilidade e autonomia.
Se tiver interesse no trabalho que desenvolvo, podemos marcar um café virtual. Será um grande prazer apresentar a Papilio Empresarial para você.
